Reflexões sobre arte, pensamento e resistência na diáspora africana 252q1x

28 e 29 de maio de 2025
Auditório – Arte Sesc (Flamengo)
Rua Marquês de Abrantes, 99

 

Sobre 4r5p4s

A 3ª  edição do Congresso Internacional de Estudos Afrodiaspóricos, realizado pelo Sesc RJ, dedica-se a reflexões e debates sobre a afrodiáspora – fenômeno sociocultural, político e histórico ligado à imigração forçada entre os séculos XVI e XIX.

Reunindo pesquisadores, artistas e pensadores, o evento busca discutir não apenas as violências da diáspora, mas também a potência artística, poética e intelectual que emergiu dessas experiências.

Serão abordados temas como:
– Teoria e história da arte afrodiaspórica
– Filosofia e descolonização do pensamento
– Performances e produções audiovisuais
– Literatura, memória e ancestralidade

Com recursos de ibilidade, o congresso visa ampliar o diálogo e resultará em uma publicação impressa e digital.

Programação g2ab

QUARTA, 28 DE MAIO DE 2025

08h30 – Credenciamento


09h30 – Orquestra de atabaques Alabé FunFun


10h – Ato de abertura – “América Latina e Afrodiáspora” com Nei Lopes

Nesta aula magna, iremos debater o processo de conscientização crítica da população afro diaspórica dos territórios latino-americanos por meio da educação, cultura e ancestralidade. Nei Lopes é escritor, compositor de música populare bacharel em direito e ciências sociais.


14h – Mesa: “Educação como (re)existência: Descolonização do pensamento

De um modo geral, a produção de conhecimento tem em sua base o pensamento eurocêntrico, excluindo, na maioria das vezes, aquilo que é produzido fora desse eixo. Esse processo, que pode ser entendido como um apagamento de outros saberes, segue sendo empregado até os dias de hoje. Entretanto, movimentos contrários a essa forma de ensino têm ganhado cada vez mais espaço. Para conversar com o público sobre novas perspectivas para a educação, convidamos artistas e professores que trabalham pela ampliação dos horizontes escolares. 

com
Mel Adun – mestre em Letras, editora e escritora
Helena Theodoro – escritora e filósofa
Andréa Hygino – artista visual, arte-educadora e professora.
mediação: Yasmin Santos – jornalista e ensaísta


Mestre de Cerimônias: Ricardo Jaheem

Assista ao vivo no youtube!

QUINTA, 29 DE MAIO DE 2025

08h30 – Credenciamento


10h – Mesa: “Feminismos no campo da arte e da comunicação”

O desenvolvimento tecnológico e, por consequência, da tecnologia da informação e comunicação (TICs), causaram impactos na forma como consumimos e produzimos a informação. Neste cenário, o debate sobre a presença e representatividade feminina em diferentes espaços ganham novas plataformas de difusão. Mas, será que estamos utilizando toda a potencialidade que essas ferramentas nos apresentam? Nesta mesa, convidamos artistas e pesquisadoras para uma conversa sobre o discurso feminista na atualidade no campo da arte e comunicação.

Com
Adeline Rapon – fotógrafa franco-martinicana
Denise Carrascosa – tradutora literária, advogada e professora de literatura na Universidade Federal da Bahia
Morena Mariah – pesquisadora, escritora e criadora de conteúdo digital.
mediação: Ana Paula Aves Ribeiro – antropóloga, professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF – Pedagogia, Departamento de Formação de Professores/UERJ)


14h – Visita Mediada: “Fabulações Matriciais” (Arte Sesc)

Visita realizada pelo educativo do Centro Cultural Arte Sesc na exposição Fabulações Matriciais, mostra que reúne esculturas em madeira e xilogravuras que dialogam com a tradição e o contemporâneo 


15h – Mesa: “Memória e ancestralidade na literatura”

Seja individual ou coletiva, a memória é o elemento fundamental para a construção de identidades e para o desenvolvimento do sentimento de pertencimento. As formas de partilhar a memória podem ser múltiplas, mas a oralidade e a literatura podem ser consideradas instrumentos fundamentais para a difusão e a preservação da memória, sendo utilizadas por diferentes grupos sociais, dentre eles os povos originários e a população negra em diáspora. Em um mundo onde o número de leitores diminuí a cada ano, escrever a memória torna-se um ato de resistência. Nesta conversa, iremos debater como a literatura ainda é um campo possível de criação. 

Com
Vovó Cici de Oxalá – anciã do Terreiro Ilê Axé Opô Aganjú e exímia contadora de histórias.
Heleine Fernandes – poeta, ensaísta, performer e pesquisadora de Poesia Contemporânea Negra-Brasileira.
Míriam Alves – escritora de literatura negra, palestrante e declamadora performática.
Mediação: Rubia Luiza – bibliotecária e pesquisadora


Mestre de Cerimônias: Ricardo Jaheem

Assista ao vivo no youtube!

Convidados 1hh4m

Adeline Rapon  3u5s5z

Adeline Rapon é uma fotógrafa franco-martinicana nascida em Paris em 1990. Sua carreira artística é autodidata, desenvolveu competências diversificadas em desenho, pintura, escultura, joalharia, cenografia e fotografia, que alimentou através das suas leituras e visitas a exposições. 

Durante a pandemia de 2020, Adeline produziu uma série de autorretratos espelhados com representações de mulheres das Índias Ocidentais, chamada Fanm Fò. Este trabalho, exposto nos Rencontres Photographiques du 10e em 2021, fez com que ela decidisse seguir uma carreira artística focada em suas questões identitárias como mulher mestiça e lésbica. 

Andréa Hygino  4l491e

Andréa Hygino (Rio de Janeiro, RJ, 1992) atua como artista visual, arte-educadora e professora. É Bacharela em Artes Visuais (UERJ) e Mestra em Linguagens Visuais (PPGAV-EBA-UFRJ). Foi professora substituta na Escola de Belas Artes da UFRJ e no Instituto de Artes da UERJ. 

Andréa Hygino se debruça sobre o ambiente escolar, os processos de aprendizado, adestramentos, disciplina, repetição e encontra na desobediência de estudante o lugar necessário de contestação e criação. Nos últimos anos integrou exposições em espaços nacionais e internacionais de referência, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Galeria Antônio Sibassoly (Anápolis), Galeria Nara Roesler (Nova Iorque,EUA), Galeria Belmacz (Londres, Reino Unido), Wits Art Museum (Joanesburgo,África do Sul) e Kunstverein Bielefeld (Alemanha) ; Foi vencedora do 3º Prêmio SeLecT de Arte e Educação (categoria Camisa Educação) e do Prêmio FOCO ARTRio 2022. 

Participou de residência artística na Bag Factory Artists’ Studios em Joanesburgo, África do Sul e no JA.CA – Centro de Arte e Tecnologia (Nova Lima – MG). A artista integra a equipe curatorial da 14º Bienal do Mercosul como curadora educativa. 

Ana Paula Ribeiro  4t2556

Antropóloga, Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF – Pedagogia, Departamento de Formação de Professores/UERJ), e do Programa de Pós-Graduação em História da Arte (PPGHA/UERJ). Bolsista do Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística, o PROCIÊNCIA/UERJ, é coordenadora do Programa de Extensão Museu Afrodigital Rio de Janeiro (UERJ), também fazendo parte do seu conselho curador e de redação. Tem experiência nas áreas de Antropologia (do Cinema, Visual, Urbana e das Populações Afro-brasileiras) e atua também com curadoria e educativo de cinema e artes visuais. Pesquisa e orienta os seguintes temas: Imagens e Intervenções Artísticas nas/das Cidades, Cinema e Cidade, Cinema Negro, Museus Negros, Museus Afro-digitais e Cultura Visual. Desde 2024 dirige o Centro de Tecnologia Educacional da UERJ, que consiste na TV Uerj, na Rádio Uerj e no Núcleo de Memória Audiovisual – o NuMA. 

Denise Carrascosa   6t3zn

Denise Carrascosa França é doutora em crítica literária e cultural, tradutora literária, advogada e professora de literatura na Universidade Federal da Bahia, na graduação do Instituto de Letras e no Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura. Lidera o projeto de pesquisa Traduzindo no Atlântico Negro e coordena, há 12 anos, o projeto de extensão Corpos Indóceis e Mentes Livres: trabalho de produção de oficinas de escrita literária no Conjunto Penal Feminino do Complexo Penitenciário Lemos Brito, na Bahia, onde construiu, junto com mulheres presas sentenciadas, a Biblioteca Mentes Livres (2013), possibilitando remição de pena pela leitura. 

Helena Teodoro 55325p

Helena Theodoro é escritora, filósofa, recebeu Medalha Tiradentes (2024) e Medalha Chiquinha Gonzaga (2024), professora visitante do IFCS/ UFRJ e Presidente do conselho deliberativo do Fundo Elas. Autora da trilogia: “As Matriarcas”, com as peças: “Mãe de Santo”, “Mãe Baiana” e “Mãe Preta”. É autora do livro “Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras” (1996), “Os Ibejis E O Carnaval” (2009), “Iansã: rainha dos ventos e das tempestades” (2010) e “Martinho da Vila: reflexos no espelho” (2018) 

Heleine Fernandes  654d

HELEINE FERNANDES (Rio de Janeiro, 1985) é poeta, ensaísta, performer e pesquisadora de Poesia Contemporânea Negra-Brasileira. É professora de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora pela mesma instituição. Faz parte do NEA (Núcleo de expressões artísticas) Feminismos Plurais do SESC Niterói desde 2023, como mentora e professora de escrita. Finalista do prêmio Jabuti, é autora de A poesia negrafeminina de Conceição Evaristo, Lívia Natália e Tatiana Nascimento (Malê, 2020), Nascente (Garupa e Ksa1, 2021/ Malê 2024) e Voltar para casa (Telha, 2024). Realizou performances comissionadas pelo Museu Bispo do Rosário, MAM-RIO e Galpão Bela Maré. Participou do circuito de autores do Arte da Palavra do SESC em 2024 e fez parte da programação de festas literárias como a FLIP, a FLUP, a FLIC-BF (Festival Literário e Cultural da Baixada Fluminense), a FLIM (Festa Literária Internacional de Maricá) e a FLICAJU. Foi selecionada pelo edital Viva o Talento – edição Paulo Gustavo 2023, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para realizar a oficina Vozes da Poesia Negra Feminina, sobre a poesia de autoras negras brasileiras contemporâneas. Tem poemas publicados em antologias, como Cult#1(Revista Cult, 2019), Ato poético: poemas para a democracia (Oficina Raquel, 2020), em Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras (Bazar do Tempo e FLUP) e em Versão Brasileira: a voz da mulher (Teatro da Mente/Retomada Cultural RJ, 2023). Tem ensaios publicados em Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo (Malê, 2023) e em Falemos de poesia (7Letras, 2023). 

Miriam Alves  726oo

Miriam Alves (1952), Bacharel em Serviço Social, palestrante e declamadora performática, escritora de literatura negra brasileira. Integrante do Quilombhoje Literatura (1980-1989). 42 anos carreira literária, 57 livros publicados, sendo12 livros individuais e 45 participações em antologias nacionais e internacionais, nos gêneros literários: conto, poemas, romances, ensaios e dramaturgia. Organizou duas antologias internacionais. Palestrou na Áustria e no EUA. Ministrou curso de literatura negra brasileira na Universidade do Novo México e na Middlebury College. Em 2022, foi homenageada da 5ª edição da Bienal Internacional do Livro de Brasília. Em 2024 recebeu o troféu Unbuntu, na categoria potência literária. 

Mel Adún 4t612x

Mel Adún é doutoranda na Universidade de Nova York (NYU) no Departamente de Espanhol e Português. Atualmente, além de editar na Editora Ogum’s, faz parte dos coletivos Ogum’s Toques Negros e Corpos Indóceis e Mentes Livres na Penitenciária Feminina de Salvador, Bahia. No campo da crítica, Mel Adún cursou mestrado em no Instituto de Letras da Bahia em Literatura e Cultura, pela Universidade Federal da Bahia. A partir da Literatura Negra organiza a Coletânea Poética Ogum’s Toques Negros (Ed.Ogum’s, 2014) juntamente com os poetas Guellwaar Adún e Alex Ratts; edita o livro Bará na trilha do vento (Ed. Ogum’s, 2015) da escritora Miriam Alves e  a coletânea feminina Quilombellas Amefricanas I e II (Ed. Ogum’s, 2021), na qual também publica enquanto poeta, e as organiza juntamente com a poeta Claudia Santos e a crítica literária Ana Rita Santiago. 

Morena Mariah 735d5

Morena Mariah é mãe da Ayó, pesquisadora, escritora, palestrante em 2 TEDx e criadora de conteúdo digital. Colunista com textos publicados no Jornal O Globo e na IstoÉ Mulher, onde utiliza a escrita como uma ferramenta de transformação. 

Morena é graduada em Estudos de Mídia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e possui extensão em Negócios Sociais e de Impacto pela ESPM. Sua trajetória está enraizada no impacto social, com mais de uma década de experiência em projetos e organizações que promovem equidade racial, direitos humanos e cultura. 

Em 2018, fundou o Instituto Afrofuturo, a primeira instituição de educação afrofuturista do Brasil. O Podcast Afrofuturo é um programa ouvido em mais de 20 países, por uma audiência de 200 mil pessoas. 

Desde 2019, atua no setor público, dedicando-se à formulação de políticas públicas nas áreas de cultura, igualdade racial e direitos de crianças e adolescentes, sempre com foco na construção de uma sociedade mais justa. 

Nei Lopes 4p2072

Nei Lopes, afrodescendente nascido no subúrbio carioca em 1942, é escritor e compositor de música popular, além de bacharel em direito e ciências sociais. Desde 1981, já publicou mais de 40 livros de diversos gêneros, entre romances, contos, ensaios, poesia e dicionários. Sua obra como compositor, iniciada em 1972, tem mais de 350 títulos gravados por grandes nomes da música brasileira. 

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Rubia Luiza é bibliotecária formada em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela UFRJ e mestre em Ciência da Informação pelo IBICT/UFRJ, com pesquisa focada em mediação cultural da informação étnico-racial em bibliotecas públicas. Desde 2015, atua como bibliotecária responsável na Biblioteca da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), onde promove a integração entre arte, cultura e informação. Além de sua atuação técnica, dedica-se à mediação cultural da informação, no qual cria e implementa ações pedagógicas que ampliam o o ao conhecimento e fortalecem a difusão cultural em espaços públicos. 

Vovó Cici de Oxalá 15p4q

Ìyá Àgbà Cici nasceu em 1939 e foi iniciada no culto aos Orixás em 1972. É anciã do Terreiro Ilê Axé Opô Aganjú, exímia contadora de histórias conhecida também como Vovó Cici de Oxalá, e pesquisadora da Fundação Pierre Verger em Salvador. Em 2022 recebeu o título de Cidadã de Salvador e em 2023 o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia. Vovó Cici é coautora do livro “Cozinhando histórias: receitas, histórias e mitos de pratos afro-brasileiros” (Fundação Pierre Verger, 2015) e autora do livro “Oxalá, o grande pai que olha por todos” (Arole Cultural, 2025). 

Ricardo Jaheem  5459

Ricardo Jaheem é escritor, contador de histórias e educador. Sua trajetória literária é profundamente marcada pela oralidade herdada de sua avó, mãe e tia, mulheres que lhe transmitiram a força da palavra como legado ancestral. Neto de uma avó analfabeta, Ricardo transformou a tradição oral em literatura viva, dedicada a resgatar afetos, identidades e memórias coletivas. 

Com atuação em favelas, escolas, aldeias e quilombos, ele une tradição e inovação, levando suas histórias das ruas para as páginas dos livros. Para Ricardo, a leitura é um ato coletivo, um gesto de resistência e pertencimento. Reconhecido por sua contribuição à educação pública, recebeu prêmios do Conselho Municipal de Educação do Rio de Janeiro e do COMDEDINE por sua atuação inovadora na alfabetização e na promoção da diversidade étnico-racial. 

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Yasmin Santos nasceu no Rio de Janeiro em 1998. Jornalista e ensaísta, é autora de “Conceição Evaristo: Voz insubmissa” (Rosa dos Tempos, 2024), ensaio biográfico sobre uma das escritoras mais importantes da literatura brasileira. Colaborou com diversos veículos, entre os quais as revistas Piauí, Serrote, Quatro Cinco Um e os jornais Folha de S.Paulo e Nexo. Em 2021, a Câmara Municipal de Salvador lhe concedeu o Prêmio Maria Felipa por sua atuação profissional em prol dos direitos humanos. É editora da Companhia das Letras. 

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